A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO DO CURSO DE GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA UFRJ

Publicado em 30/06/2025 - ISSN: 2594-5688

Título do Trabalho
A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO DO CURSO DE GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA UFRJ
Autores
  • Renata Bastos da Silva
  • SANDRA MARIA BECKER TAVARES
Modalidade
CASO DE ENSINO
Área temática
GT01 - Ensino, pesquisa e extensão no Campo de Públicas
Data de Publicação
30/06/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.ebap.sbap.org.br/anais/encontro-brasileiro-administracao-publica/1062922-a-curricularizacao-da-extensao-do-curso-de-gestao-publica-para-o-desenvolvimento-economico-e-social-da-ufrj
ISSN
2594-5688
Palavras-Chave
Plano Nacional de Educação. Creditação de extensão. Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social. Câmara Acadêmica de Extensão e Pesquisa.
Resumo
A curricularização da extensão, ou creditação (curricular) da extensão, estratégia prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), foi regulamentada pela Resolução nº 7 MEC/CNE/CES, de 18 de dezembro de 2018. O Plano Nacional de Educação, 2001- 2011, já constava a implementação do programa de desenvolvimento da extensão universitária em todas as Instituições Federais de Ensino Superior, como também assegurar que, no mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a graduação no país seria reservado para a atuação dos discentes em ações extensionistas. No PNE que está em vigor, 2014 - 2025, se retoma o tema na meta 12 referendando o mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária. Assim, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) , desde o primeiro PNE, promoveu um amplo debate em sua Plenária de Extensão Universitária, até que deliberou pela criação do Conselho Extensão Universitária e a implantação da creditação de extensão. Brevemente apresentamos a incorporação, no currículo, das horas de extensão do curso de graduação Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social (GPDES) do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ. A metodologia que utilizamos é a dimensão dialógica, a partir dos escritos de Paulo Freire, em especial no livro Pedagogia do Oprimido (1970). A perspectiva dialógica é o ensino que tem por base o diálogo, defendida por Paulo Freire, oposta a “educação bancária” ou antidialógica, na qual o professor(a) transmite os saberes, ou seja, “faz depósitos”, lança comunicados. Por outro lado, a UFRJ adota o conceito de extensão universitária, definido pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre a universidade e outros setores da sociedade (FORPROEX, 2010). Seguindo as orientações definidas pela Plenária dos Coordenadores de Extensão Universitária da UFRJ, em 2017, o processo de curricularização da extensão no GPDES inicia, com a realização, em maio, do I Seminário de Extensão do IPPUR. O objetivo do Seminário foi reunir as atividades de extensão desenvolvidas no IPPUR e permitir a apresentação das mesmas à comunidade do Instituto (discentes, docentes e técnicos). Nesse contexto, reforçamos a importância e o papel da extensão universitária, esclarecendo também sobre as exigências da UFRJ acerca do tema. Além disso, incentivamos fortemente a participação da comunidade externa à universidade, como os movimentos sociais envolvidos nas ações de extensão do Instituto. Ato subsequente ao evento, o Núcleo Docente Estruturante (NDE) do GPDES, inicia, em setembro do mesmo ano, as atividades para realizar uma pequena reforma curricular com o objetivo de cumprir a carga horária de 10%, como já mencionamos acima, em horas de extensão. Nossa meta, a qual alcançamos, era que no primeiro semestre de 2018, concluída a aludida reforma curricular, nossos alunos ingressantes, já teriam que cumprir a carga horária de 300 horas de extensão. Para as discussões no NDE estudamos o caso das disciplinas do tipo teórica/prática/extensão, definidas na resolução do CEG (Conselho de Ensino de Graduação da UFRJ) 03/2014. Estas são constituídas por conteúdos teóricos e suas aplicações em trabalhos práticos, definidos na sua ementa, que estejam integrados a atividades caracterizadas como extensão nos termos da resolução CEG resolução 03/2014, a qual autoriza a criação e inserção nos currículos de graduação da UFRJ de disciplinas de natureza mista. Para tal inserção, de acordo com a aludida resolução é necessário o registro prévio na Pró-reitoria de Extensão do Projeto/Programa de extensão ao qual tais disciplinas estejam vinculadas, conforme previsto no art. 2º da resolução CEG 03/2014. Desta forma, no âmbito do GPDES foi integrada ao seu currículo a disciplina Introdução à Pesquisa e Extensão (IPE), disciplina de natureza mista, oferecida no primeiro período, com o objetivo de ambientar o discente à tríade ensino-pesquisa-extensão. Deste modo, o discente para se formar deve realizar 30 horas de atividades na disciplina mista IPE e mais 270 horas nas ações de extensão somente da UFRJ e devidamente registradas no sistema de integração acadêmica da UFRJ, nas modalidades de curso, evento e projeto, de acordo com as Diretrizes Nacionais de Extensão Universitária. E em outubro de 2017 o NDE apresentou ao colegiado do GPDES a proposta, que foi aprovada por unanimidade, de reformulação curricular incorporando a extensão, e apresentando a disciplina Introdução à pesquisa e extensão. A coordenação de extensão do GPDES ministra a disciplina IPE e está à disposição dos discentes para dirimir dúvidas ao longo da graduação para efetiva realização das horas de extensão. Outrossim, ao longo de 2018 - a coordenação de extensão do GPDES, vinha contribuindo para a organização, junto à Decania do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e a pró-reitoria de extensão da UFRJ, dos primeiros passos para a gestão da Coordenação Acadêmica de Extensão e Pesquisa. A partir de então, coube pensarmos a extensão em conjunto, congregando coordenadores de extensão dos institutos e faculdades que compõem o CCJE. Ato subsequente, em dezembro de 2018, como resultado de nossas discussões, iniciamos as realizações dos ajustes à governança desta coordenação e a implantação da Câmara Acadêmica de Extensão e Pesquisa (CAExP) do CCJE. A Câmara de Extensão é a instância política da Decania do CCJE, de caráter deliberativo, presidida pela Coordenação de Extensão e Pesquisa, é composta pelo respectivo representante de cada Unidade Acadêmica/Órgão Suplementar desta Decania. No correr do tempo, a coletividade acolheu a indicação da entrada dos Conselheiros no Conselho de Extensão Universitária da UFRJ (CEU), baseando-se no papel desses de tratar de questões do CCJE relativas à extensão universitária, junto àquela instância superior, em especial da curricularização da extensão nos currículos dos cursos de graduação do CCJE. Nosso objetivo ao relatar a história da curricularização e no curso de graduação do campo de públicas da UFRJ é para contribuir com a discussão em torno do Acórdão 461/2022 do Tribunal de Contas da União (TCU) cujo objeto é um relatório de auditoria objetivando o levantamento e a proposição de novo modelo de Indicadores de Gestão e Desempenho das Universidades Federais. No qual é apresentado um quadro de oito indicadores propostos para medir as atividades de Extensão nas instituições de ensino superior, baseados na resolução CNE/CES 7/2018. Os referidos indicadores são: Quantidade anual de atividades de extensão, por modalidade; Público (diretamente) beneficiado por atividades de extensão, por modalidade, desenvolvidas no ano pela Ifes; Número de Professores da Rede Pública atendidos por Programas e Projetos de Formação Continuada; Quantitativo de pessoas atendidas com atividades de extensão no ano em relação ao total de matrículas de graduação da Ifes; Número (percentual) de estudantes envolvidos em atividades de extensão; Percentual (taxa) de docentes envolvidos em atividades extensão; total de técnicos envolvidos em atividades de extensão; e Percentual de recursos do orçamento anual destinado às atividades de extensão. Esse Acórdão foi apresentado no Conselho de Extensão Universitária da UFRJ para conhecimento e futuro debate dos conselheiros.
Título do Evento
Encontro Brasileiro de Administração Pública
Cidade do Evento
Ananindeua
Título dos Anais do Evento
Anais do Encontro Brasileiro de Administração Pública
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Renata Bastos da; TAVARES, SANDRA MARIA BECKER. A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO DO CURSO DE GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA UFRJ.. In: Anais do Encontro Brasileiro de Administração Pública. Anais...Ananindeua(PA) Unama, 2025. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/encontro-brasileiro-administracao-publica/1062922-A-CURRICULARIZACAO-DA-EXTENSAO-DO-CURSO-DE-GESTAO-PUBLICA-PARA-O-DESENVOLVIMENTO-ECONOMICO-E-SOCIAL-DA-UFRJ. Acesso em: 02/08/2025

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